Para entendermos as implicações e a utilização dos indicadores na construção civil começaremos relacionando-os:
Indicadores Financeiros. Exemplo: previsto X realizado do orçamento, gastos com despesas indiretas, custo/m2, tendências de custos, pagamentos em dia/atrasados;
Indicadores Físicos. exemplo: avanço físico, dias de atraso, atraso do caminho crítico, Marcos contratuais;
Indicadores Administrativos. Ex: retenções contratuais, assinaturas de contratos, recolhimentos de tributos, conformidade com procedimentos administrativos, juros, multas, protestos;
Indicadores de Suprimentos. Ex: cronograma de suprimentos, atendimento a prazos e procedimentos internos, economia nas contratações, curva de solicitações, curva de contratações;
Indicadores de Rh. Ex: férias, horas extras, avaliação pessoal.
Indicadores de Qualidade. Ex: atendimento a instruções técnicas, procedimentos executivos, qualidade final do serviço, prevenção de assistência técnica;
Indicadores de segurança do trabalho. Ex: limpeza da obra, condições de alojamentos, limpeza das áreas de apoio, documentação de empregados, utilização de equipamentos de prevenção coletiva EPC e individual EPI.
Estes são os principais para se ter uma gestão satisfatória por indicadores porém as construtoras e incorporadoras em geral prezam e dão preferência por indicadores financeiros e algumas para os físicos (acompanhamento de obras).
Os indicadores de andamento físico ou até mesmo os de cunho administrativos, suprimentos, Rh etc, muitas vezes são relegados a segundo plano mesmo que os problemas mais frequentes do dia a dia da gestão da obra e que consomem muita energia da equipe de gestão estejam ligados a estes grupos.
São comuns problemas na rotina da obra que surjam de reflexos de:
não pagamento ou não recolhimento de um tributo por um terceirizado;
problemas de documentação de funcionários;
retrabalho por má execução;
atrasos no início de atividades;
produtividade abaixo do esperado, etc.
A equipe de gestãonormalmente dispende mais tempo com procedimentos financeiros do que com os demais.
As ferramentas de controle e os métodos para se gerar indicadores são muitas vezes arcaicos, manuais e pouco produtivos. Muito baseados em planilhas mal formuladas, que necessitam de muito input de dados de forma manual.
A frequência com que os indicadores são gerados também é baixa.
A necessidade especial de formação técnica dos responsáveis pelos controles e que compilam os indicadores implica num custo elevado de gestão dos indicadores e em informações muitas vezes quase obsoletas quando consolidadas. A frequência mensal (que é padrão na maioria das empresas) não atende ou é insuficiente para tomadas ágeis de decisão.
Dispender tempo para melhor a formatação das planilhas de controle para uma maior integração entre os dados gerados e para uma simplificação na coleta e análise de dados faria com que no médio prazo os custos diminuissem e a cultura se disseminasse porém ainda a manutenção destas planilhas é um tanto complexa e exige profissionais bem capacitados.
Só com uma mudança cultural na forma de acompanhamento das obras para que as decisões sejam tomadas em momento mais oportuno, com menor custo na geração de indicadores e que estes sejam gerados com qualidade é que poderemos chamar de indústria da construção.
A utilização de sistemas de gestão com aplicações web, mobile e de fácil adoção pelas equipes das obras impactará tremendamente na forma e no fluxo da informação entre todos os envolvidos na gestão da obra, refletindo em mais assertividade, menos custo e maior qualidade e frequência de indicadores.
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